Corações partidos

Confesso, de você eu não lembrava. Mas não lembrava por maldade, apenas não estava em meus registros. Foi presente. Fiz e libertei-te.

Assim como tu, quantas outras expressões não estão perdidas? Por sorte fostes presente.

Especial agradecimento a Nelson Almeida, que guardou com carinho um singelo poema, especialmente escrito para um Café Literário.


“Corações partidos”, figura de linguagem sem sentido.
Corações trincados, o que da realidade mais se aproxima.
Fruto de expectativas não correspondidas,
Criadas por nós mesmos em um desejo ardente e subconsciente pelo sadomasoquismo

Em nosso sofrimento, muitas vezes auto imposto
Dilaceram-se as fibras de nossos frágeis corações
Derrama-se o sangue nos pulmões e nos afoga
Obrigando-nos a gorgolejar pedidos de socorro

Após a quase morte, e triunfal ressurreição, presos em autocomiseração
Fechamos as trincas abertas com duro cimento
Cicatrizando para sempre, ou assim imaginamos, os mais puros ou insidiosos sentimentos

Com o passar do tempo, velhos corações não sofrem mais, ou assim iludem-se
Carregados de cicatrizes que os tornaram duros ou moles demais.

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