Me dói tudo, ó doutor! Principalmente o clamor Da indignação seletiva Que tomou conta do gigante Que sem forma efetiva Se faz ouvir arrogante. Dói quando respiro Quando a poesia profiro Buscando entender o que move Ou o que torna inerte Um povo que não se comove Enquanto tudo se inverte. Me dói a falta de educação Do povo sem gratidão Que prefere eleger o bandido Que lhes rouba até a esperança A procurar um bendito Que lhes traga a bonança.
Imagem Devotas: Basílica Nossa Senhora das Dores, Juazeiro do Norte (CE), 2010. Foto: Marcelo Eduardo Leite/Revista Visagem (UFPA)