Da fragilidade da vida

Na semana passada perdi uma tia.

Na semana passada também fiquei sabendo do falecimento de um conhecido.

Esses fatos me fizeram recordar do falecimento de um grande amigo, que fez recordar do falecimento de minha avó – a primeira morte de que eu me lembro – ou teria sido a de um irmão que faleceu com apenas trinta dias de vida?

Acho que isso não importa. O que importa mesmo é que me lembrei de tudo isso e da fragilidade da vida.

A vida é como a chama de uma vela, balançando ao sabor do vento, sem a menor certeza do que poderá acontecer no segundo seguinte.

A chama poderá queimar até consumir completamente a vela, mas também pode apagar rapidamente, mas porque então nos comportamos como se fôssemos imortais?

Seria a nossa arrogância tão imensa? Seria uma falta de consciência de nós mesmos?

Vivemos sem amar. Magoamos as pessoas que nos rodeiam. Saímos de casa chateados com quem nos ama. Não perdoamos. Esquece-mo-nos da gentileza. Cedemos a ira. Esquece-mo-nos de nossa condição mortal.

Banalizamos a chama da vela. Nossa. Do próximo. Do conhecido. Do desconhecido.

É preciso amar, como se não houvesse amanhã, por que se você parar pra pensar, na verdade não há.

Ouça a canção. Diga o que sente. Não perca seu tempo magoando e se magoando.

A vida é breve demais para se guardar rancor e mágoas.

Viva intensamente.


Imagem Candles in the Wind por Christophe EYQUEM

5 comentários

  1. As vezes, deixamos que o dia-a-dia tire a nossa humanidade e nos faça esquecer de que no minuto seguinte poderemos não estar mais aqui. Por pequenas besteiras acabamos nos intrigando com pessoas que amamos e esquecemos que podemos partir dessa vida sem ter a oportunidade de pedir desculpas ou mesmo de dar um adeus.

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