Como o ser humano é miserável. Não digo isso com decepção. Não! Penso nisso com certa fascinação. Mas não se engane, somos miseráveis. A mesma criatura pode ser fiel e cafajeste na mesma oração, sem prejuízo à sintaxe, nem à semântica, no máximo à religião. Adoro os gestos de ciúme e inveja, são tão primários, são como as pedras no Jardim do Éden. Após uma vida inteira de dor e solidão, a mulher segura um terço e a mão do marido no leito de morte e lhe diz: fui teu porto, teu cais, mas foste mar adentro, mesmo sem saber nadar; descanse em paz. Frieza e bondade na mesma oração. Sem comprometer a oração.
Imagem de Filipi Miranda Soares por Pixabay
As relações humanas e os sentimentos que as moldam são inspiração poética, nos fazendo refletir sobre elas e sobre o conhecimento de nossa própria língua.
Parabéns, Nelson.
Nelson Almeida sua poesia me fez lembrar um certo escritor, que disse: quando quero fazer o que é certo está presente em mim o que é mau. .. Homem miserável que eu sou….
Então parabéns pela sua inspiração.
Muito profundo! Me fez refletir sobre tantas coisas!
Parabéns, Nelson!