O último suspiro e a promessa do novo

Hoje é o último dia de 2019, e como todo dia de final de ano, este dia é auspicioso.

Auspicioso pois definitivamente vivemos de esperanças. Queremos ter esperança em um dia melhor, o problema é que nossos desejos de dias melhores não envolvem verdadeiramente o nosso próximo.

Queremos o melhor para nós mesmos, no máximo para a nossa família, mas no fundo, normalmente não queremos verdadeiramente o bem do próximo, como se não pudesse existir bem suficiente para todos. Como se houvesse um limite para o bem que pode existir.

Uma pena que isso seja tão recorrente. Tanto quanto eu me lembro. Realmente triste.

Mas façamos então a nossa retrospectiva, afinal, em meio ao caos, 2019 também trouxe muitas coisas boas.

As perdas fazem parte do doloroso ciclo da vida, que precisamos entender e aceitar – por mais doloroso que possa ser. E esse ano tivemos perdas, daquelas perdas irreparáveis, e que compõe grande parte de quem nós somos. Me conforta, porém, o fato de que aqueles que se foram, apenas foram juntar-se ao UNO.

Nos campos de batalhas, perdemos, ganhamos. Escapamos por pouco, tivemos vitórias espetaculares. Fizemos amizades, mesmo entre aqueles que considerávamos inimigos. Crescemos, evoluímos, mas também diminuímos e involuímos. Somos tão complexos.

Em alguns momentos nossas almas se encheram de luz, em outros foram tomadas pelas trevas. E seguimos.

O ano está acabando. No momento, dá os seus últimos suspiros. É o último ano da década, e me lembra um pouco a virada do milênio, na realidade, tanto por tão pouco. Essas datas não são mágicas e nem abençoadas.

A magia e a benção nestas e destas datas, é o que escolhemos para elas. O significado que pode ou não se renovar. Pode ou não ser o mesmo. Essa magia poderia ser vivida diariamente.

Este é o meu desejo para o próximo ano, para a próxima década.

Que fortes e profundas mudanças se abatam sobre todos nós, para que entendamos o valor da vida, o valor das amizades, o poder do amor.

Que consigamos entender e colocar em prática o mandamento de Jesus. Que possamos amar o próximo, como amamos a nós mesmos, e que entendamos que o próximo, nem sempre está tão próximo. Que o próximo não é necessariamente nosso parente.

Por uma nova década de paz e amor.

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