Não é preciso aparecer para acontecer. Não é preciso aparecer para acontecer. Não é preciso aparecer para acontecer. No escuro do vazio a palavra do poeta é o único clarão. Ilumina as trevas da insensatez. É mais importante o que o poeta fez Do que sobre a sua obra os outros dirão. Ele corta os pulsos da estupidez. Escreve com a tinta do seu coração. Não espera que os outros tenham lucidez, De tão tórrida pela vida é sua adoração. Prefere palavras benditas, mesmo quando desdita é sua existência. Prefere o anonimato ao estrelato fugaz. Para ele importa mesmo como a vida é. Faz o que é preciso sem olhar para trás. Não é preciso aparecer para acontecer. Mais vale a palavra escrita do que a intenção. E ao ódio o amor divino há de suceder. E aos fracos de alma vir a redenção. Sua palavra escrita é capaz de tecer Amor e dor na mesma oração. E naturalmente vai acontecer Do mundo saber de sua criação.
Imagem de Dennis Trevisan por Pixabay