Um ano atrás, desejei a todos um ano de profundas mudanças, que nos permitissem entender o valor da vida, das amizades e a importância do amor.
2020 veio com tudo.
Fomos provados! Alguns mais do que outros, mas todos fomos provados de alguma forma.
Ao redor do mundo, mais de 1 milhão e 800 mil pessoas perderam suas vidas para a COVID-19, no Brasil, mais de 193 mil pessoas até o momento. Quantas famílias enlutadas? Quantas lágrimas derramadas?
Em todo o mundo, mais de 46 milhões de pessoas se recuperaram da doença, mais de 6,8 milhões somente no Brasil, mas quantos ficaram com sequelas manifestadas ou ainda não? Sobre estes, ainda não se fala nada. Mas as sequelas ficam, sejam elas físicas, psicológicas ou espirituais.
No nosso país, tudo está sendo politizado. E a triste realidade que muitos vivem hoje é ignorada por alguns que não conseguem enxergar muito além de seus próprios umbigos, pessoas que preferem dar esmola à garantir que ela não seja necessária.
Alguns amigos adoeceram profundamente neste 2020. Não foi de COVID, mas de ignorância. Involuíram para dentro de si mesmos, mas deixaram à mostra suas verdadeiras faces, feras bestiais.
Escolheram a escuridão de um poço pútrido. Repetem para si mesmos, absurdas mentiras, na tentativa de transformá-las em verdade. Negam fatos aos gritos, na esperança que soando mais alto solidifiquem-se como verdade.
Adeptos das seitas que pregam a prosperidade, não se incomodam como seus líderes se aproveitam dos fiéis, como lhes tiram o dinheiro, a dignidade, como lhe enganam, pois desejam apenas um quinhão desta parte, pois prosperidade temos que ter aqui na terra, não é mesmo? Afinal, não há provas de uma outra vida ou de um paraíso.
Neste final de ano, deixo o meu pesar pelas milhões de mortes, pelas milhões de famílias enlutadas, pelos sequelados da doença, pelos ignorantes – sim, Pai, eles sabem o que fazem.
Como dizia um mestre: brindemos à vida!
Então brindemos aos sobreviventes dos governos genocidas; dos negacionistas; dos “você sabe com quem está falando?“; dos cidadãos de bem, que assassinam suas companheiras; dos mesmos cidadãos de bem que matam negros e dizem que racismo não existe; dos mesmos cidadãos de bem que, em pleno século XXI, ainda encarceram e escravizam; e daqueles que acreditam que um mundo melhor é um sem diversidade.
Dois brindes àqueles que aprenderam e se tornaram pessoas melhores em 2020.
Três brindes a todos que brilharam em 2020. Que tiveram suas brasas acessas e se tornaram pequenos pontos de luz nesta vasta escuridão que nos cerca.
Que suas pequenas luzes se juntem à milhões de outras em 2021 e que possamos destruir essa escuridão humanitária que se abate sobre nós. Que sejamos mais solidários. Que possamos aprender mais. Que possamos ser pessoas melhores. Que deixemos as ideias conspiracionistas e sejamos luz.
Precisamos SER LUZ.
Precisamos trazer à LUZ as boas iniciativas, que promovam o crescimento humano.
Precisamos ser elos fortes de uma corrente de mudanças verdadeiras no mundo.
Precisamos despertar. Precisamos acordar. Honrar espíritos de luz que partiram.
Precisamos
SER
HUMANOS.
Feliz 2021!
Imagem de Lukas Baumert por Pixabay