O medo é necessário?

Não importa o que você faça e nem a experiência que aparente ter, as primeiras vezes são sempre assustadoras, sempre produzirão um frio na barriga e aquela sensação de estar caminhando para um abismo.

Por mais maduros que possam ser aqueles que compõem os programas de pós-graduação (estudantes e professores), parece sempre haver aqueles que acreditam que inspirar o medo é necessário e se tornam verdadeiros bicho-papão.

Paro e penso: essas pessoas devem ter sofrido nas mãos de seus (des)orientadores. Não acreditam no potencial de seus pupilos e fazem questão de serem considerados aqueles que reprovam. Creio que elas nem acreditam em si e por isso, por questões de autoafirmação, inspiram o terror nos outros.

Não me lembro de ver muita gente desmotivada entrando nos programas de pós-graduação, pelo contrário. Normalmente os estudantes chegam com sangue nos olhos, desejosos de fazer acontecer, mas essa motivação pode morrer no primeiro contato real com o programa, quando a primeira mensagem que escutam é algo do tipo entrar é fácil, sair é que são elas.

A educação parece carecer de humanização.

Com isso não quero dizer que professores e orientadores passem a mão na cabeça de alunos e orientandos, mas tão somente que passem mensagens positivas, de incentivo, eliminando o tão presente discurso de medo.

O medo não produz coisas boas, pode até produzir, mão dificilmente nesses casos.

O medo sequela. O medo pode ser a porta de entrada para a depressão, coisa que é cada vez mais comum nos programas de pós-graduação, sem falar em todos os outros níveis de ensino.

Será que se tivéssemos pessoas mais humanizadas, não conseguiríamos produzir melhores resultados? Será que um tratamento mais humanizado não nos colocaria em outro patamar e não seríamos mais produtivos?

Vejamos. Isso é só uma reflexão.


Imagem de Stefan Keller por Pixabay 

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