Renascimento

Esse é um miniconto que eu publiquei no meu blog de jogos no dia 18/04/2009 e que resolvi resgatar aqui no Candeeiro. Acredito que alguns desses resgates terão continuação.


Houve um tempo que escrever essas palavras seriam o atestado de minha insanidade, mas hoje, depois desta experiência, ter visto o que vi e sentido o que senti, ponho em dúvida todos os ensinamentos.

Eu estava em casa, na cidade de Natal, no estado do Rio Grande do Norte, no Brasil, quando seja lá o que for, aconteceu. Eu estava voltando da cozinha quando ouvi um barulho ensurdecedor que me deixou desorientado. Caí, e minha visão ficou turva. Me senti afundando em um líquido pegajoso, lentamente, e aos poucos me afoguei.

Lutei para respirar enquanto meus braços se agitavam numa tentativa vã de me manter acima do líquido. Meu corpo começou a reagir a falta de oxigênio e senti os primeiros espasmos. Eu estava morrendo.

Tomado por essa consciência me debati com mais força, buscando em desespero subir a tona. Vislumbrei uma luz pálida na superfície. Meus braços doloridos alcançaram sentiram o vento frio acima da linha do líquido, e então minha cabeça.

Eu não havia morrido! Eu renascera.

Meus braços doíam, como no dia depois do primeiro dia de academia. Eu me senti enjoado e vomitei todo o café da manhã. Ou pelo menos foi o que pensei.

Atordoado, não me dera conta de onde eu estava. Não era minha casa. Era uma praia, e eu estava sozinho e nu.

Minha nudez não me preocupava mais do que saber onde eu estava.

Após vomitar me senti melhor e caminhei pela praia. Era fim de tarde. O sol estava se pondo e eu vi a lua, maior do que eu jamais vira. Parecia que eu estava mais próximo do firmamento.

Então ouvi uma música. Ela preenchia o ar com um sentido de completude e a sensação de solidão me abandonou. Eu procurei de onde aquele som vinha e fui me afastando da praia.

A lua cheia, de um tamanho maior do que eu jamais vira, clareava a praia e mostrava mais além, uma densa massa negra que ao aproximar-me revelou-se uma floresta. A música me chamava, preenchendo o ar. Uma melodia maravilhosa como eu nunca ouvira antes.

Queria entrar, mas vi vários homens e mulheres se levantando na praia, confusos, assim como eu e então corri até eles, deixando a música para trás.

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